4.3.13

Narcolepsia


Narcolepsia é um distúrbio do sono caracterizado por sonolência excessiva durante o dia, mesmo quando a pessoa dormiu bem à noite. É um tipo de dissonia.

O sintoma mais expressivo é a "preguiça" e sonolência diurna excessiva, que deixa o paciente em perigo durante a realização de tarefas comuns, como conduzir, operar certos tipos de máquinas e outras ações que exigem concentração. Isso faz com que a pessoa passe a apresentar dificuldades no trabalho, na escola e, até mesmo, em casa.
Na maioria dos casos, o problema é seguido de incompreensão familiar, de amigos e patrões. A sonolência, geralmente, é confundida com uma situação normal, o que leva a uma dificuldade de diagnóstico. É comum portadores da narcolepsia passarem a vida inteira sem se darem conta que o seu quadro é motivado por uma doença, sendo tachados por todo esse tempo de preguiçosos e dorminhocos. No entanto, se o narcoléptico procurar ajuda especializada, vai descobrir que é vítima de um mal crônico, cujo tratamento é feito por meio de estimulantes e que se pode prolongar por toda a vida.

Causas
Fatores genéticos estão envolvidos na narcolepsia, que é causada por alteração no equilíbrio existente entre algumas substâncias químicas (neurotransmissores) do cérebro.

Em geral, o distúrbio está associado a um alelo ligado ao complexo maior de histocompatibilidade, ou seja, a uma proteína relacionada com a sonolência excessiva durante o dia.

Pancreatite é uma inflamação do pâncreas, que pode ser aguda ou crônica. O consumo de álcool está diretamente associado à maioria dos casos da doença.

A cataplexia, isto é, a perda súbita e reversível da força muscular durante a vigília, é o único sintoma exclusivo da narcolepsia. Os outros são: sonolência diurna excessiva, anormalidades do sono REM, paralisia muscular e alucinações hipnagógicas.



As manifestações da narcolepsia, principiando pela sonolência diurna excessiva, começam geralmente na adolescência, quando piora, leva à procura médica à medida que os sintomas se agravam. A narcolepsia é um dos distúrbios do sono que pode trazer consequências individuais, sociais e econômicas graves.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Narcolepsia
http://drauziovarella.com.br/corpo-humano/narcolepsia

25.8.11

Pais com dificuldades psicológicas decorrentes de traumas não tratados prejudicam desenvolvimento dos filhos, netos e bisnetos

Algumas pessoas carregam sequelas da infância e adolescência e só conseguem superar o trauma na idade adulta, interrompendo o ciclo do sofrimento aos descendentes

Os traumas psicológicos podem acometer qualquer pessoa, de crianças a adultos, podendo gerar prejuízos severos a qualidade de vida quando não identificados e tratados a tempo. Quando não há tratamento, os traumas atingem não só quem sofreu o evento doloroso, mas também os mais próximos. Pais com transtornos psicológicos decorrentes de traumas podem replicar o trauma na relação com seus filhos estendendo os prejuízos por várias gerações. Os chamados pais tóxicos, que agridem física e psicologicamente, tal como foram agredidos anteriormente, causam sequelas que podem se arrastar por toda a vida de seus filhos, netos e bisnetos.

Mesmo quando os pais alternam atitudes carinhosas e agressivas, o reflexo no desenvolvimento dos filhos ainda é negativo e as consequências dos comportamentos de duplo vínculo são agressividade, dificuldade de aprendizado, rebeldia, timidez e um enorme sentimento de culpa, afirma o psicólogo clínico e doutor em Neurociência e Comportamento pela USP, Julio Peres. Por isso, as sequelas das humilhações e dos maus-tratos precisam ser tratadas para que a criança, o adolescente ou mesmo esse adulto possam ter uma vida mais saudável.

Segundo o psicólogo, muitas crianças crescem em ambientes desestruturados e acabam se afastando dos pais para poderem sobreviver. Como exemplo, uma paciente trouxe a psicoterapia o tema culpa por ter sobrevivido e ao longo do processo conseguiu superar o trauma dos maus tratos de sua mãe interrompendo a herança de sofrimento que migrava de geração para geração. Uma de suas irmãs cometeu suicídio e outra irmã, também sem buscar tratamento especializado, repetiu o mesmo padrão de maus tratos com os sobrinhos, vítimas dos mesmos traumas da mãe e da avó, conta Julio Peres. Os traumas psicológicos podem acometer qualquer pessoa, de crianças a adultos, podendo gerar prejuízos severos a qualidade de vida quando não identificados e tratados a tempo. Quando não há tratamento, os traumas atingem não só quem sofreu o evento doloroso, mas também os mais próximos.

Para quem chegou à vida adulta traumatizado, a psicoterapia é um caminho para libertação do sofrimento e da continuidade transgeracional do mesmo. Revisitar memórias traumáticas pode ter benefícios terapêuticos, desde que um processo adequado de reestruturação cognitiva seja empregado, conforme temos mostrado em nossos estudos com neuroimagem. A história precisa ser contada e recontada de maneira a construir uma aliança de aprendizado e superação, ressalta Julio Peres.

(Fonte: Radiosolaris)

3.6.11

10 Estranhas condições mentais

Mente é o estado da consciência ou subconsciência que possibilita a expressão da natureza humana. 'Mente' é um conceito bastante utilizado para descrever as funções superiores do cérebro humano relacionadas a cognição e comportamento, porém ela pode enganar-nos. Qualquer problema com esta função normal leva a padrões comportamentais associados com a aflição psicológica ou deficiência física que ocorre em um indivíduo, que não faz parte do desenvolvimento normal ou a cultura. O campo da saúde mental tem se expandido ao longo do tempo, descobrindo transtornos incrivelmente estranhos. Veja 10 dessas condições mentais:

1. Desrealização
Desrealização (DR) é uma alteração na percepção ou a experiência do mundo externo, de modo que parece estranho ou irreal. Outros sintomas incluem sensação de que seu ambiente é desprovido de espontaneidade, coloração, emoção e profundidade. É um sintoma dissociativo de muitas condições, tais como distúrbios psiquiátricos e neurológicos.
O aspecto central da despersonalização é a sensação de estar desligado do mundo como se, na verdade, estivesse sonhando. O indivíduo que experimenta a despersonalização tem a impressão de estar num mundo fictício, irreal mas a convicção da realidade não se altera
O descolamento de realização pode ser descrita como uma substância imaterial que separa uma pessoa do mundo exterior, como um nevoeiro sensorial, um painel de vidro, ou um véu. As pessoas podem reclamar que o que vêem falta vivacidade e emoção o que faz parecer estranho, bizarro e surreal. Tais alterações perceptuais também pode se estender para os sentidos da audição, paladar e olfato.


2. Autophagia
Como um distúrbio mental / sintoma, Autophagia é um caso em que um é obrigado a proporcionar dor a si mesmo através de mordidas e/ou devorando partes do corpo. Às vezes, é causado pela ansiedade sexual grave, algumas vezes combinados com esquizofrenia ou psicose.

3. Sinestesia
Sinestesia é a relação de planos sensoriais diferentes: Por exemplo, o gosto com o cheiro, ou a visão com o olfato. O termo é usado para descrever uma figura de linguagem e uma série de fenômenos provocados por uma condição neurológica.

4. Transtorno de Identidade de Amputados
É um transtorno mental em que o indivíduo acha que seria mais feliz caso vivesse como um amputado é, geralmente, se não sempre, acompanhado pelo terrível desejo de amputar um ou mais membros saudáveis, a fim de saciar seu desejo.
Pode ou não pode ser caracterizado por uma motivação sexual por ser ou parecer com um amputado que é chamado Apotemnofilia. Além disso, a Acrotomofilia, que é quando uma pessoa se sente sexualmente atraída por outras pessoas que são amputadas, mas raramente são associadas.

5. Shopaholism
Oniomania é o termo técnico para shopaholism, o desejo compulsivo de comprar. A pessoa viciada fica em um círculo vicioso que consiste de emoções negativas como raiva e estresse, que levam a comprar algo. Após a compra é normal ocorrer o arrependimento ou depressão. E para se livrar desses sentimentos as pessoas voltam a comprar, fechando assim o círculo vicioso.
As vítimas geralmente sofrem de estados de espírito de satisfação quando estão comprando, o que parece faz a vida ter sentido, deixando-os esquecer suas tristezas. Depois que deixa o ambiente onde ocorreu a compra o sentimento de satisfação passa. Para compensar, a pessoa viciada vai às compras novamente. Eventualmente, um sentimento de repressão vai superar a pessoa. Por exemplo, a pessoa se sente tão envergonhada dessa situação que algumas vezes acaba destruindo ou escondendo o que comprou durante a crise.

6. Síndrome do cadáver ambulante
Cadaver ambulante ou Síndrome Cotard, também conhecido como niilista ou delírio de negação, é uma desordem neuropsiquiátrica rara em que as pessoas têm a crença ilusória de que estão mortas (seja em sentido figurado ou literal), não existem, são podres, ou perderam o seu sangue ou órgãos internos. Raramente pode incluir delírios de Imortalidade. Alguém que sofre desse grave estado começa a negar a sua própria existência.

7. Síndrome Alice no País das Maravilhas ou síndrome de Todd
Síndrome Alice no País das Maravilhas, também conhecida como síndrome de Todd, é uma condição neurológica que afeta e desorienta a percepção humana. As pessoas que sofrem dessa síndrome podem experimentar micropsia, macropsia (descritas abaixo) e distorção do tamanho de outras modalidades sensoriais. Uma condição temporária, ela é freqüentemente associada com enxaquecas, tumores cerebrais eo uso de drogas psicoativas.
Micrópsia é uma condição neurológica que afeta a percepção visual humana e os objetos, seres humanos, animados e inanimados são vistos como se fossem substancialmente menor do que realmente são.
Micrópsia pode ser causado por uma distorção ótica de imagens nos olhos (como óculos ou por certas doenças oculares) ou por uma disfunção neurológica. Da mesma forma macropsia é a condição inversa e é caracterizada por objetos que parecem substancialmente maiores do que realmente são, por exemplo um carro pode parecer tão grande quanto uma montanha.

8. Licantropia clínica
Licantropia clínica é uma rara síndrome psiquiátrica na qual a pessoa afetada sofre a ilusão de poder se transformar, ou de fato ter se transformado, em um animal, ou que tal pessoa é, de alguma forma, um animal. [1] A palavra é derivada da condição mitológica da Licantropia, uma aflição sobrenatural na qual as pessoas se transformam fisicamente em lobisomens. A palavra zooantropia é algumas vezes usada para a ilusão de que uma pessoa se transformou em um animal qualquer, e não especificamente em um lobo.
Indivíduos afetados relatam a crença ilusória de que se transformaram, ou que estão no processo de se transformar em outro animal. Já foi relacionada com as alterações de estado da mente que acompanham a psicose (o estado mental distorcedor da realidade que, tipicamente, envolve ilusões e alucinações), sendo que a transformação aparentemente só ocorre na mente e comportamento da pessoa afligida.

9. Síndrome delirante da má interpretação
Síndrome de má interpretação delirante é um termo utilizado para um grupo de transtornos delirantes que envolvem a crença de que a identidade de uma pessoa, objeto ou lugar, de alguma forma tenha sido alterado.
Esta síndrome é geralmente caracterizada pelas quatro variantes principais:

O delírio de Capgras: é a crença de que (geralmente) um parente próximo ou cônjuge foi substituído por um impostor com aparência idêntica.
A ilusão Fregoli: é a crença de que várias pessoas são, na verdade, a mesma pessoa disfarçada.
Intermetamorfose: é a crença de que as pessoas presnetes no ambiente ficam trocando de identidades enquanto mantém a mesma aparência.
Subjetiva duplas: é quando uma pessoa pensa que vive momentos extracorpóreos, com ações independentes.

10. Negligência Hemispatial
Negligência hemispatial, é uma condição neuropsicológica em que, após uma lesão de um hemisfério do cérebro, há uma perda na atenção e consciencia de um lado. A negligência hemispatial é mais comum no lado oposto do hemisfério danificado, mas já foram relatados casos de negligência unilateral.
Embora a maioria afete de forma marcante a percepção visual ("negligência visual"), a negligência pode ser encontrada também em outras formas de percepção isoladas ou combinadas com a negligência visual. Um paciente com negligência se comporta como se um lado do espaço sensorial fosse inexistente, embora eles ainda possam andar e virar para ambos os lados.
Um paciente com negligência pode deixar de comer o alimento na metade do seu prato, mesmo ainda estando com fome. Pacientes assim também podem ignorar um dos lados do seu corpo, cortando ou se maquiando somente do lado não-negligenciado.


Fontes:
SmashLists
Wikipedia
Google

16.9.09

Você tem distimia?

Distimia é uma doença que afeta o humor. Seu nome é pouco conhecido, mas seus sintomas são comuns para algumas pessoas, é como se fosse uma depressão leve, mas a diferença está na persistência, pois é crônico, de tal maneira que parece que a pessoa é assim, que esse é o jeito dela, mas na verdade é uma doença.


É comum acontecer da pessoa ficar num estado de humor alterado do que é considerado normal, adequado e satisfatório.


Alguns sintomas da doença são:

- mau humor, negativismo leve, mas persistente;
- irritação, impaciência, pessoa mais critica, na maioria dos casos, mas não em todos;
- tristeza, angústia e mal estar que não impedem da pessoa viver uma vida completa, com trabalho, relacionamentos, etc.;
- dificuldade de sentir prazer nas pequenas alegrias do dia-a-dia, sem impedí-la de viver a vida;
- a percepção da vida não é de leveza, é como se fosse um fardo, onde as coisas simples se tornam complicadas, a pessoa se atrapalha na tomada de decisão e realização das coisas;
- pouco ânimo, desinteresse, sem vontade de enfrentar as dificuldades da vida, sem que isso lhe impeça de realizar o que for preciso.


Mesmo que este estado não seja diário, faz parte de um processo onde oscila entre o normal e o humor distímico.


No trabalho

A pessoa que sofre com a doença possui pouca força, uma vez que parece precisar ser puxado, levado, empurrado, afetando assim o trabalho, onde não há ânimo nem vontade de realizar atividades e tarefas no trabalho; tem dificuldade de superar situações negativas; os obstáculos parecem enormes e difíceis de serem superados; há dificuldade no convívio com as pessoas e suas individualidades; falta energia para liderar, não possui espírito de empreendedorismo e tem dificuldade de trabalhar em grupo, dando preferência para trabalhos individuais.


Possíveis causas para o inicio da doença

A pessoa pode ter perdido coisas importantes, como seu emprego e pessoas queridas, ter tido problemas de saúde, um trauma, coisas marcantes negativas.


Tratamento

A solução é o tratamento psicológico com ênfase na terapia focada na solução, fazendo um treinamento mental (hipnose, emdr, pnl e coaching de vida), e se necessário tratamento medicamentoso (psiquiátrico).



(fonte: Adriana - Especialidade: Psicologia clínica e hipnoterapeuta ericksoniana)
Perfil:
http://yahoo.minhavida.com.br/especialistas/81-Adriana-de-Araujo.htm

EMDR - para controle emocional

Técnica pode tratar estresse pós-traumáticos e medos


O que é EMDR? (Eye Movement Desensitization and Reprocessing)

Uma das técnicas mais modernas no tratamento psicológico. Foi criada na década de 80 pela americana e psicóloga Francine Shapiro. Através de movimentos oculares e estímulos bilaterais específicos (dos hemisférios cerebrais) há uma dessensibilização e uma reprogramação (reprocessamento) mental. As vivências, lembranças e sensações do passado, quando traumáticas, ficam registradas na mente de forma negativa e cheias de dor. Através do EMDR é possível que haja uma mudança significativa nas lembranças do passado ao invés de ficarem armazenadas de forma negativa no pensamento.



Como funciona EMDR?

Com o uso da técnica e dos exercícios, em pouco tempo, a pessoa que passa pelo processo tem a sensação de maior segurança no controle emocional. Os fatos perturbadores e traumáticos são sentidos de forma mais leve e é possível ter uma perspectiva mais otimista e alegre da vida. Certamente, essa superação é uma conquista para o processo de desenvolvimento pessoal. O passado deixa de ser tão negativo, o presente se torna melhor e o futuro passa a ser visto com mais opções, cheios de novas possibilidades para se viver bem a vida. É possível desejar melhores coisas para si e para os outros.


Objetivo

O objetivo do EMDR é mudar a forma com se pensa de um fato passado ruim, deixando de forma mais amena e mais simples aquilo que já foi. Fatos passados negativos precisam de elaboração mental. Com o EMDR é possível uma mudança e transformação do que não está bom e que não é adequado para o presente. O que aconteceu de negativo faz parte do passado e realmente pode ficar para trás, não há necessidade de permanecer na mente no momento atual. E, além disso, é possível ficar mais distante daquilo que já foi. O EMDR ajuda as pessoas a resgatar a felicidade, o bem estar, a alegria e o autocontrole das emoções. Com isso, é possível prosseguir de bem com a vida. Você certamente pode ficar mais confiante, mais seguro com você mesmo.


O EMDR pode tratar:
  • Ansiedade e depressão
  • Insegurança.
  • Medos, traumas e fobias.
  • Estresse pós- traumático (situações decorrentes de abuso, seqüestro, acidentes, assalto, luto, etc).
  • Problemas de relacionamento pessoal.
  • Baixa auto-estima.
  • Transtornos do sono.
  • Compulsão alimentar (obesidade).
  • Desenvolvimento de Excelência - Instalação de recursos positivos e melhorias no desempenho pessoal e profissional.

A técnica de EMDR, auxiliada a outras técnicas diferenciadas, como Coaching de Vida, Hipnose Ericksoniana, PNL (Programação Neurolinguistica) e Novo Código (atualização) da PNL são usadas em sessões de consultoria especifica. Durante as sessões são feitos exercícios utilizando essas técnicas especificas, que vão muito além de "informações básicas" e auxiliam no autoconhecimento, conquista de desenvolvimento pessoal e profissional, confiança em si mesmo, melhoria da qualidade de vida. Certamente você poderá se conhecer melhor, deixar as experiências negativas mais leves, viver melhor o presente e ser bem sucedido e realizado no futuro.


(fonte: Adriana - Especialidade: Psicologia)
Perfil:
http://yahoo.minhavida.com.br/especialistas/81-Adriana-de-Araujo.htm

12.6.08

Despersonalização

A despersonalização surge como uma desordem dissociativa
As características essenciais do Transtorno de Despersonalização consistem de episódios persistentes ou recorrentes de despersonalização, caracterizados por um sentimento de distanciamento ou estranhamento de si próprio (Critério A). O indivíduo pode sentir-se como um autômato ou como se estivesse em um sonho ou em um filme. Pode haver uma sensação de ser um observador externo dos próprios processos mentais, do próprio corpo ou de partes do próprio corpo. Vários tipos de anestesia sensorial, falta de resposta afetiva e uma sensação de não ter o controle das próprias ações, incluindo a fala, frequentemente estão presentes. O indivíduo com Transtorno de Despersonalização mantém um teste de realidade intacto (por ex., consciência de que isto é apenas uma sensação e de não ser realmente um autômato) (Critério B). A despersonalização é uma experiência comum (Critério C)...

Sintomas
Uma característica importante da despersonalização é que a pessoa tem total noção de que os seus sintomas não são normais e de que algo está errado consigo. O indivíduo pode perceber uma alteração insólita no tamanho ou forma dos objetos (macropsia ou micropsia), pode apresentar fotossensibilidade (sentir-se ofuscado e incomodado por luz)e as pessoas podem parecer estranhas ou mecânicas. Outras características associadas incluem sintomas de ansiedade, sintomas depressivos e uma perturbação do sentido de tempo. A pessoa sente-se desapegada dos seus amigos e familiares, começa a sentir o mundo de uma forma diferente e irreal, bem como um grande vazio no seu íntimo, como se a sua personalidade se lhe tivesse sido "roubada" (daí o nome de despersonalização, da ruptura da personalidade), o que a leva a isolar-se. Num período inicial, desorganizado da doença, instauram-se, por vezes, sintomas depressivos perante a grande mudança que se operou na forma da pessoa percepcionar o mundo, os outros e a si própria. Em conjunto com sintomas depressivos, muitas vezes, o paciente fica obcecado em busca de uma causa para todos estes sintomas. Muitas vezes, são os pacientes que realizam o seu próprio diagnóstico. Isto é natural, visto o pouco conhecimento que os clínicos têm sobre esta patologia, bem como a dificuldade que os indivíduos possuem em explicar os seus sintomas. A forma como uma pessoa percepciona e sente a realidade, o seu "eu" e a relação com os outros é algo tão sutil e vago que, por vezes, apenas metáforas e analogias podem explicar estes sintomas.


Fisiopatologia da Despersonalização
Límbico é fundamental para as emoções e na coordenação destas com as percepções. Quando o quadro descrito se observa, verifica-se uma inibição emocional que leva aos estados de apatia sentidos pelos pacientes. De facto, o sentimento de irrealidade pode ser explicado pela falta de cor emocional que as percepções dos pacientes revelam. Deste modo, recebem-se impulsos de natureza visual, auditiva, entre outros, mas, no seu processamento, não se ativa o sistema límbico, fundamental para lhes conferir significância afetiva. Deste modo, tudo surge igual e sem emoções interligadas para os despersonalizados. Pode-se, então explicar o seu distanciamento à realidade, visto que não lhe providencia sentimentos. De certa forma, é a ausência de emoções que altera as percepções físicas.
Os pacientes conseguem indicar a significância ou a emoção que normalmente teriam em relação a certa pessoa ou a certo objeto, contudo não conseguem senti-los, devido à inibição observada. Esta discordância entre o que se espera sentir e o que se sente provoca grande sofrimento nas pessoas despersonalizadas. Ao contrário de outras patologias, as pessoas têm plena noção do que deveriam sentir e do que não sentem.

Agravantes:
  • Multidões e locais com muitos estímulos, por exemplo a rua (parece que numa pessoa com despersonalização, os seus sintomas se agravam quando tem de processar muitos estímulos, o que não significa que deva evitar contatos sociais, pelo contrário)
  • Insônias;
  • Dormir demais (parece que os ciclos de sono estão bastante relacionados com o síndrome de despersonalização. Poderá parecer paradoxal, mas existe uma menor sensação de despersonalização durante o sono, talvez devido a um adormecimento do córtex pré-frontal);
  • Olhar-se no espelho;
  • Lembrar-se de sua condição de despersonalizado;
  • Demasiada introspecção;
  • Isolamento;
  • Situações de stress.

Diminui/acalma os sintomas:
  • Exercício físico (o intenso parece agravar os sintomas);
  • Dor/estimulação física - beliscar-se, etc - (não incluir automutilação que pode aliviar inicialmente, para logo depois agravar severamente o estado despersonalizado);
  • Relações sociais;
  • Álcool (ao desinibir o córtex pré-frontal fornece um alívio temporário dos sintomas dissociativos. Seria interessante a realização de estudos correlativos entre o alcoolismo e a prevalência de despersonalização)

Alguém sofrendo de despersonalização severa pode ser especialmente suscetível ao suicídio, realizando o processo de forma calma e tranquila, sem ter real consciência do que faz. Se o problema relacionado com a despersonalização for tratado, a despersonalização severa - assim como em qualquer outro dos seus graus - pode ter seus sintomas reduzidos e até mesmo anulados - (apesar de não existir qualquer terapia que se tenha revelado significativa no tratamento da despersonalização, mostrando-se uma desordem bastante resistente a tratamentos).


(fonte: Internet)
Leia mais:
http://www.manualmerck.net/?url=/artigos/%3Fid%3D116%26cn%3D993

13.4.08

Transtorno de Personalidade Borderline (Limítrofe)

Características Diagnósticas

A característica essencial do Transtorno da Personalidade Borderline é um padrão invasivo de instabilidade dos relacionamentos interpessoais, auto-imagem e afetos, e acentuada impulsividade que começa no início da idade adulta e está presente numa variedade de contextos.

Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Borderline fazem esforços frenéticos para evitarem um abandono real ou imaginado (Critério 1). A percepção da separação ou rejeição iminente ou a perda da estrutura externa podem ocasionar profundas alterações na auto-imagem, afecto, cognição e comportamento.

Estes indivíduos são muito sensíveis às circunstâncias ambientais. Eles experimentam intensos temores de abandono e raiva inadequada, mesmo diante de uma separação real de tempo limitado ou quando existem mudanças inevitáveis dos seus planos. Eles podem acreditar que este "abandono" implica que eles são "maus". Esse medo do abandono está relacionado a uma intolerância à solidão e a uma necessidade de ter outras pessoas consigo.

Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Borderline têm um padrão de relacionamentos instáveis e intensos (Critério 2). Podem idealizar potenciais cuidadores ou amantes já no primeiro ou no segundo encontro, exigir que passem muito tempo juntos e compartilhar detalhes extremamente íntimos na fase inicial de um relacionamento. Pode haver, entretanto, uma rápida passagem da idealização para a desvalorização, por achar que a outra pessoa não se importa o suficiente, não dá o bastante, não está "ali" o suficiente. Estes indivíduos podem sentir empatia e carinho por outras pessoas, mas apenas com a expectativa de que a outra pessoa "estará lá" para também atender às suas próprias necessidades, quando exigido. Estes indivíduos estão inclinados a mudanças súbitas e dramáticas nas suas opiniões sobre os outros, que podem ser vistos alternadamente como suportes benévolos ou como cruelmente punitivos. Tais mudanças frequentemente refletem a desilusão com uma pessoa cujas qualidades de devotamento foram idealizadas ou cuja rejeição ou abandono são esperados.

Pode haver um distúrbio de identidade caracterizado por uma auto-imagem ou sentimento de self acentuado e persistentemente instável (Critério 3). Mudanças súbitas e dramáticas são observadas na auto-imagem, caracterizadas por objetivos, valores e aspirações profissionais em constante mudança. O indivíduo pode exibir súbitas mudanças de opiniões e planos acerca da carreira, identidade sexual, valores e tipos de amigos. Estes indivíduos podem mudar subitamente do papel de uma pessoa suplicante e carente de auxílio para um vingador implacável de maus tratos passados. Embora geralmente possuam uma auto-imagem de malvados, os indivíduos com este transtorno podem, por vezes, ter o sentimento de não existirem em absoluto. Tais experiências habitualmente ocorrem em situações nas quais o indivíduo sente a falta de um relacionamento significativo, carinho e apoio.

Os indivíduos com este transtorno exibem impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente prejudiciais para si próprios (Critério 4).
Estes indivíduos podem apresentar pior desempenho em situações de trabalho ou escolares não estruturados.

As pessoas com Transtorno da Personalidade Borderline apresentam, de maneira recorrente, comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou comportamento automutilante (Critério 5). O suicídio completado ocorre em 8 a 10% desses indivíduos, e os actos de automutilação, ameaças e tentativas de suicídio são muito comuns.
Tentativas recorrentes de suicídio são, frequentemente, a razão pela qual estes indivíduos procuram auxílio. A automutilação/autopunição pode ocorrer durante experiências dissociativas e frequentemente traz alívio pela reafirmação da capacidade de sentir ou pela expiação do sentimento de ser mau.

Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Borderline podem apresentar instabilidade afetiva, devido a uma acentuada reatividade do humor (por ex., disforia episódica intensa, irritabilidade ou ansiedade, em geral durando algumas horas e apenas raramente mais de alguns dias) (Critério 6). O humor disfórico básico dos indivíduos com Transtorno da Personalidade Borderline muitas vezes é perturbado por períodos de raiva, pânico ou desespero e,
raramente, é aliviado por períodos de bem-estar ou satisfação. Esses episódios podem refletir a extrema reactividade do indivíduo a stresses interpessoais.

Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Borderline podem ser incomodados por sentimentos crônicos de vazio (Critério 7). Facilmente entediados, podem estar constantemente a procurar algo para fazer.

Os indivíduos com este transtorno frequentemente expressam raiva intensa e inadequada ou têm dificuldade para controlar sua raiva (Critério 8). Podem exibir extremo sarcasmo, persistente amargura ou explosões verbais. A raiva frequentemente vem à tona quando um cuidador ou amante é visto como negligente, omisso, indiferente ou prestes a abandoná-lo. Tais expressões de raiva frequentemente são seguidas de vergonha e culpa e contribuem para o sentimento de ser mau.

Durante períodos de extremo stress, podem ocorrer ideação paranóide ou sintomas dissociativos transitórios (por ex., despersonalização) (Critério 9), mas estes em geral têm gravidade ou duração insuficiente para indicarem um diagnóstico adicional. Estes episódios ocorrem mais comumente em resposta a um abandono real ou imaginado.

Os sintomas tendem a ser transitórios, durando minutos ou horas. O retorno real ou percebido do carinho da pessoa cuidadora pode ocasionar uma remissão dos sintomas.


Critérios diagnósticos

  • 1. Evita atividades que envolvam contato interpessoal significativo com outras pessoas devido ao medo da crítica, da desaprovação ou da rejeição.
  • 2. É incapaz de envolver com as pessoas a menos que tenha certeza de quer será aceito.
  • 3. Limitado em relacionamentos íntimos devido ao medo de ficar envergonhado ou do ridículo.
  • 4. Preocupação de estra sendo criticado ou rejeitado em situações sociais.
  • 5. Inibido em novas situações de contato interpessoal em função de sentimentos de inadequação.
  • 6. Tem uma visão de si mesmo como socialmente inapto, sem atrativos pessoais e inferior aos outros.
  • 7. Relutante em assumir riscos pessoais ou engajar-se me quaiquer novas atividades que possam resultar em embaraço.
(fonte: Clínica Dr. Shirley de Campos - Medicina Avançada, Tito Paes de Barros Neto)

30.8.07

Um novo olhar sobre o Autismo

Pessoas com essa síndrome têm especial dificuldade de comunicação e interação social. Elas são agitadas. Tem horror de fugir à rotina.

Na classe média, em geral mais conectada, há um crescimento espontâneo, detectado pelo aumento do número de casos tratados em clínicas particulares. “As pessoas ouvem falar a respeito, se informam (...)”. A campanha pró-diagnóstico é positiva. Primeiro, ela permite que o tratamento englobe também casos mais leves (Aspergers ), de pessoas que seriam antes consideradas apenas “esquisitas ”. Pequenos dramas pessoais, de gente com dificuldades nas áreas de comunicação, interação social e foco de interesse, passaram a receber atenção e cuidado. Não existe cura. “Autismo é uma maneira diferente de ser (...)”.


A palavra autismo assusta. No imaginário popular, autistas, vivem isolados num mundo impenetrável, como um olhar perdido, se balançando diante de uma parede, imunes a qualquer afeto. É um estereótipo baseado em casos mais severos e comportamentos aparentemente sem solução de crianças nunca tratadas. Não são apenas os pais que não querem ver. Parentes e amigos também. “Como a maioria dos autistas, tem o aspecto físico de uma criança normal. Nem a expressão facial é diferente. A coordenação motora também é boa. Só o comportamento é diferente".

“A mãe de um autista corre atrás dos dois meninos o dia inteiro. São bastante levados. Abrem torneiras, mexem no fogão, tiram a roupa (...)".

O que é tão especial no autismo que o torna difícil de reconhecer até por médicos? Ele não é uma doença. A psiquiatria moderna o define como um distúrbio do desenvolvimento. Ao que tudo indica, o autismo seria um distúrbio multifatorial – suas causas seriam múltiplas, e não necessariamente as mesmas para duas pessoas.

Um forte indício da multicausualidade do problema é o fato de existirem autistas tão diferentes entre si. Um autista pode ser superdotado ou ter deficiência mental. Incapaz de pronunciar uma palavra ou demonstrar total domínio das regras gramaticais. Por isso, hoje não se fala mais tanto em autismo, e sim em espectro autista. O espectro abrange uma série de distúrbios que vão do autismo clássico, com retardo mental, à síndrome de Asperger, uma forma branda muitas vezes associada a um Q.I. muito acima da média.

Os autistas mais comprometidos são chamados “de baixo funcionamento”. Os mais capazes de levar uma vida normal. Os de “alto funcionamento”, é possível ter uma vida independente.

Associar autismo à genialidade é um mito. “Hoje, é mania dizer que autista é gênio, que Einstein e Newton eram autistas.” Estes, comumente associados, são os Savants (sábios). Há criança com 20 de Q.I. que faz cálculos incríveis. Essas habilidades dificultam o diagnóstico. E tendem a desaparecer conforme a criança adquire outras capacidades. Alguns autistas costumam ter uma síndrome associada, como síndrome de down, cegueira, surdez, esquizofrenia, além também de epilepsia. Uma das maiores carências das famílias de autistas é a recusa deles em receber carinho. Autistas, em geral, têm horror ao toque.

Os especialistas não sabem dizer quanto os autistas têm consciência de suas limitações. Parece certo que, quanto menos comprometido é o autista, mais consciente ele é de sua situação. Tanto que muitos acabam sofrendo de depressão, como um efeito secundário. “Os aspergers, principalmente, sentem que são diferentes. Mas não conseguem entrar em sintonia. Quando eles percebem isso, é um sofrimento atroz (...)”. Outra dúvida angustiante: os autistas não sabem se relacionar com outras pessoas ou simplesmente não têm interesse? As duas coisas. Não só por falta de interesse, mas sim de concentração, vergonha, ou desligamento.

São inúmeros os casos de autistas flagrados em situações que demonstram seu perfeito conhecimento das frases e dos significados. Por algum motivo, eles não conseguem se comunicar.

A estrutura da mente de um autista é diferente. É mais direta, mais reta, não tem atalhos. Como se a mente das outras pessoas fosse o mapa de São Paulo, cheio de curvas e bifurcações, e a de um autista o de Manhattan, só com ruas retas e paralelas. Eles não têm intuição, malícia. Por isso, se interessariam mais por mecanismos, coisas lógicas.

O autista tem dificuldade de prestar atenção. É como se o universo interior os absorvesse repentinamente. Os movimentos estranhos e repetitivos, como balançar a mão, os braços ou mesmo o corpo inteiro, são uma forma de mergulhar ainda mais nesse universo.

Na extremidade mais leve do espectro, os aspergers falam perfeitamente bem. Bem demais, até, sem erros. “Eles só tem dificuldade de usar a linguagem como meio de contato social”. Os obstáculos para a comunicação são sua indisposição ao contato e foco de interesse restrito. Eles podem discorrer horas sobre relações matemáticas ou determinado período histórico, mas não conseguir cumprimentar os vizinhos. Antigamente eles eram considerados esquisitões. (leia mais sobre os Aspergers)

É fácil observar que o autismo é um traço de família. Como parentes que se encaixam no espectro. É comum perceber traços de autismo nos pais que levam as crianças para ser examinadas.

(fonte: Revista Época)

12.6.07

Por que evitamos falar em suicídio?

Ignorado, por medo ou culpa, o suicídio permanece no limbo dos assuntos que o brasileiro evita. À sombra do silêncio, porém, as ocorrências aumentam em ritmo assustador.

Um estudo do Ipea revela que, em 15, de 1990 a 2004, o número de casos saltou 59%, superando de longe o aumento do número de mortes no trânsito (17%) e até o de homicídios (55%). Segundo dados do Ministério da Saúde, é um problema crescente entre jovens de ambos os sexos.

Para cada suicídio a Organização Mundial da Saúde estima que outras dez pessoas tentam se matar, sem sucesso. Na visão do Ministério, a imprensa vem erroneamente menosprezando o assunto, como se ele não existisse. "Não falar, não debater, não mostrar que esse é um problema de saúde pública só agrava o quadro".

Há regiões em que a incidência de comportamentos suicidas preocupa. No Rio Grande do Sul, o índice de suicídio entre a população masculina chega a 15,5 por 100 mil pessoas. Entre a população masculina idosa é ainda pior: são 30 casos por 100 mil habitantes. Só para comparar, a aids matou seis pessoas em cada 100 mil habitantes em 2005.

"O que mais se ouvia, no passado, era 'fulano só está fazendo isso para chamar a atenção'", sobre os sinais emitidos por potenciais suicidas antes de cometer o ato. "...se a pessoa tenta chamar a atenção, e não a recebe, o risco de ela se matar aumenta." Às vezes, as ameaças são para valer. "Nesse período, é comum o familiar pensar que, se a pessoa morresse, seria melhor, porque se livraria de ter de cuidar do outro. Quando a morte vem, a culpa é enorme."

Registros na literatura internacional mostram que 40% dos suicidas procuraram algum serviço de saúde na semana anterior à morte. Hoje, sabe-se que idosos, usuários de drogas e álcool e pessoas que sofrem de esquizofrenia e depressão aparecem em maior número nas estatísticas de suicídio. Mas os mecanismos que levam um indivíduo a acabar com a própria vida são variados e de difícil compreensão.

O suicídio é um fenômeno crescente na sociedade desenvolvida, mas pode ser evitado.
Se não ignorarmos e ficarmos atentos ao problema podemos estar fazendo um bem.


(fonte: Revista Época nº468 - maio/2007)

2.6.07

INTROJEÇÃO - Estrutura do Ego, Função Intrapsíquica e Mecanismos de Defesa

"Introjeção é um mecanismo de defesa geralmente usado quando há carência de contato psicológico amplo entre a criança e o adulto que lhe é significativo; o conflito resultante é internalizado, já que assim pode parecer mais fácil de ser administrado (Pears 1978). Os elementos introjetados podem permanecer como uma espécie de “corpo estranho” dentro da personalidade e geralmente não são afetados por aprendizagens ou desenvolvimentos posteriores, mas continuam a influenciar comportamentos e percepções. Eles constituem uma parte alienada da personalidade, embutida no ego e vivenciada fenomenologicamente como se fossem próprios da pessoa, mas que na realidade formam uma personalidade emprestada.

Quando os elementos introjetados são consistentes ou sintonizados com pensamentos, sentimentos e comportamentos dos estados de ego Adulto ou Criança, em geral o indivíduo não tem consciência de que há qualquer angústia intrapsíquica. Entretanto, quando tais elementos são destoantes das experiências dos estados de ego Adulto ou Criança eles podem levar a uma desconfortável sensação de conflito interno."

Texto completo em: http://www.integrativetherapy.com/pt/articles.php?id=50

13.5.07

Censurado - Muito além do absurdo

Na mais recente recaída, a pretexto de proteger crianças e adolescentes (que é louvável) de conteúdos potencialmente impróprios difundidos por rádio e televisão, uma portaria do Ministério da Justiça lançou, um documento intitulado Manual de Classificação Indicativa.

Entre outras exigências, para obter sua classificação indicativa, o conteúdo dos programas deve ser visto e avaliado antes de ir ao ar. Serão funcionários do Ministério da Justiça, auxiliados por estagiários. O Manual de Classificação Indicativa tem um alto teor de dirigismo cultura. Um exemplo de sua fragilidade é oferecido pela seguinte passagem, que define "comportamentos repreensíveis e não desejáveis". Diz o manual: "São contextos/cenas/diálogos que exemplificam, valorizam ou estimulam comportamentos tais como irresponsabilidade, egoísmo, desonestidade, desrespeito para com os demais, manipulação, preconceito, ameaça, fuga de conflitos - sem que, ao mesmo tempo, haja uma clara mensagem de repúdio a essas práticas." A frase, em sua vaga e quase infinita abrangência, equivale a uma sentença de morte proferida contra doa e qualquer modalidade de trama.
Carlitos, o imortal vagabundo criado por Charles Chaplin, ou o atormentado Hamlet, de William Shakespeare, dificilmente sobreviveria a tal crivo.
(fonte: Época - abril/2007)

O que as ESCOLAS precisam aprender

Imagine que um cidadão tivesse dormido um século e acordasse agora.
O mundo seria uma grande surpresa para ele. Aviões. Celulares. Arranha-céus. Ao entrar numa casa, ele não conseguiria entender o que é uma televisão. Ou um computador. Poderia perder-se num shopping center. Mas, quando ele deparasse com uma escola, finalmente teria uma sensação de tranqüilidade. "Ah, isso eu conheço!", pensaria, ao ver um professor com um giz na mão à frente de vários alunos de cadernos abertos. É igualzinho à escola que eu freqüentei."

O método de ensino da escola hoje, é arcaico.
A escola se mantém fossilizada, num mundo que não pára de mudar. A escola como conhecemos hoje é fruto de uma sociedade forjada no século XVIII.

Essa escola, tão bem organizada ao longo de mais de dois séculos, já não responde às necessidades do mundo. A Revolução Industrial foi ultrapassada pela era da informação.

Há uma década, a força de trabalho era chamada de mão-de-obra. Na virada do século, essa expressão já tinha caído em desuso. Não é mais a mão, e sim a cabeça dos funcionários que interessa.
O ensino não pode mais ser um conjunto de conhecimentos que serve para a vida inteira. As pessoas vão precisar de algo diferente: habilidade de adquirir conhecimentos novos o tempo todo.
Vivemos afogados em informações. A escola ensina a degluti-las. Seguindo esses ensinamentos, vamos nos empanturrar de mensagens repetitivas, inócuas, contraditórias. Ela tem de ensinar a filtrá-las e encontrar o que interessa. Ensinar a escolher.

"A idéia é acabar com a divisão por disciplinas na formação do professor e criar cursos em grandes áreas do conhecimento". Já está se formando um consenso de que a educação terá de abrir mão do excesso de conteúdo das matérias lecionadas. Quando a lição não faz sentido para a vida do aluno, ele não a absorve. "Para adaptar o ensino ao mundo de hoje, precisamos de uma formação mais crítica e cultura, que envolva o cinema, o teatro e a vida urbana."

Quais seriam os princípios de um modelo de escola para o mundo de hoje globalizado, na era da informação?

Ítens apontados:

.Ter pensamento crítico
.Conectar idéias
.Saber aprender sozinho
.Conviver com pessoas diferentes
.Estabelecer metas e fazer escolhas
.Ter visão globalizada

(fonte: Época - abril/2007)

5.5.07

Você é um Asperger?

Os aspergers são autistas de "alto rendimento". Cultivam interesse obsessivo por um assunto e podem desenvolver habilidades fora do comum, como os savants (savantismo é a condição caracterizada pelo desenvolvimento de habilidades como a memória afiadíssima e a capacidade desenhar com perfeição; cerca de metade dos "savants" são autistas). Costumam ter dificuldade com os códigos sociais e metáforas, compreendendo tudo de maneira literal. Mas cada caso é um caso.
"Crianças com autismo clássico começam a falar mais tarde e algumas não desenvolvem a fala. As crianças com Aspergers começam a falar na idade esperada, mas sua linguagem pode não ser comunicativa. Elas possuem pouco ou nenhum déficit cognitivo, mas têm dificuldades sociais significativas."
Pessoas como os aspergers e os savants são obrigadas a conviver com uma difícil dualidade. Enquanto são brilhantes em uma determinada área do conhecimento, têm dificuldades em ações e tarefas que são naturais para qualquer ser humano. A dificuldade em interpretar emoções das outras pessoas e expressar as próprias, por exemplo, é algo comum dentro do espectro autista. "Quando faço uma ligação, tenho de fingir que sou outra pessoa. Assumir um 'papel' facilita muito a tarefa de ter que ser social", escreveu um asperger em um site de discussão. "Eu tive que aprender a interagir com as pessoas, como um ator aprende a interpretar uma peça de teatro", diz outro.
Outro traço que aparece com freqüência, embora não em todos os autistas, é o pensamento visual. "Eu penso sempre com imagens", diz um asperger. Habilidades com desenho aparecem com freqüência em crianças autistas, talvez como uma compensação pela dificuldade em se expressar verbalmente. Mas, mesmo com as limitações sociais e afetivas, muitos aspergers podem levar uma vida independente, o que não acontece com um autista clássico.
Um asperger diz que sentia falta de um contato físico carinhoso dos pais quando criança, mas ao mesmo tempo se apavorava com a idéia de ser tocada por outra pessoa. Os problemas sensoriais, como o incômodo com contato físico e a sensibilidade à luz e a ruídos são comuns entre os autistas. São questões que, mesmo nos asperges mais desenvolvidos socialmente, atrapalham a busca por uma vida "normal".
Mesmo entre os aspergers é difícil cultivar uma relação de amizade por causa dos comportamentos rígidos.
O lado negativo é que, quanto mais consciência sobre sua condição, maior o conhecimento sobre as limitações e o conseqüente sentimento de frustração.

Antes que você pense que há uma epidemia de autistas, é bom saber que esse aumento é, em grande parte, reflexo de uma mudança nos critérios de diagnóstico. Sempre houve um número muito maior de autistas do que os diagnosticados. Ampliou-se o conceito. Provavelmente muitos amigos nossos que consideramos meio esqueisitos, que têm difiiculdade de relacionamento e não gostam muito de sair de casa, hoje em dia caberiam no rótulo de Asperger.

(fonte: Galileu - maio/2007)

Aspergers famosos:
Albert Einstein
Isaac Newton

Mozart
Michelângelo
Bill Gates
Steven Spielberg
Stanley Kubrick (cineasta)
Syd Barret (vocalista do Pink Floyd)
Craig Nicholls (vocalista do The Vines)

Satoshi Tajiri (criador do Pokemón)

28.4.07

Assédio moral

A microviolênica do cotidiano – notas sobre o protofascismo invisível*

O recente projeto de lei que tipifica o assédio sexual, no Brasil, deixa escapar outro tipo de assédio mais abrangente e mais perigoso para a saúde mental da população: o assédio moral.
O assédio moral, por definição, é um tipo particular de abuso de poder que acontece de modo sofisticado e sutil de uma pessoa sobre outra, tomada como vítima. O assediador moral ou "perverso narcisista" (sic!) pratica compulsivamente a "conduta abusiva, manifestando-se sobretudo por comportamentos, palavras, atos, gestos, escritos que possam trazer dano a personalidade, à dignidade ou à integridade física ou psíquica de uma pessoa".
É quando alguém usa de palavras e/ou ações ambíguas (pouco claras de sentido, sutis) que não são imediatamente percebidas como sendo agressivas ou destrutivas, porque outras mensagens, emitidas simultaneamente com elas se confundem e, por isso mesmo, terminam por atingir a moral, a auto-estima e a segurança de outrem.
O conceito é oportuno nesses tempos pós-modernos, de traço narcísico-individualista que vivemos, pois procura abranger as microviolências ou violências invisíveis do cotidiano que sofremos quer com pessoas, quer com grupos e na convivência intra institucional.
Escolas, universidades e institutos, ao mesmo tempo que são reconhecidos por serem centros de excelência de ensino e de pesquisa, também tendem ser ambientes carregados de situações perversas com pessoas e grupos que fazem verdadeiros plantões de assédio moral. Com uma vantagem adicional: são ainda mais sofisticados nos atos de violência invisível, cuidando-se ao máximo para causar dano ao colega sem deixar pista.

Texto completo de Raymundo de Lima, em:
http://www.urutagua.uem.br//02ray.htm