28.4.07

Assédio moral

A microviolênica do cotidiano – notas sobre o protofascismo invisível*

O recente projeto de lei que tipifica o assédio sexual, no Brasil, deixa escapar outro tipo de assédio mais abrangente e mais perigoso para a saúde mental da população: o assédio moral.
O assédio moral, por definição, é um tipo particular de abuso de poder que acontece de modo sofisticado e sutil de uma pessoa sobre outra, tomada como vítima. O assediador moral ou "perverso narcisista" (sic!) pratica compulsivamente a "conduta abusiva, manifestando-se sobretudo por comportamentos, palavras, atos, gestos, escritos que possam trazer dano a personalidade, à dignidade ou à integridade física ou psíquica de uma pessoa".
É quando alguém usa de palavras e/ou ações ambíguas (pouco claras de sentido, sutis) que não são imediatamente percebidas como sendo agressivas ou destrutivas, porque outras mensagens, emitidas simultaneamente com elas se confundem e, por isso mesmo, terminam por atingir a moral, a auto-estima e a segurança de outrem.
O conceito é oportuno nesses tempos pós-modernos, de traço narcísico-individualista que vivemos, pois procura abranger as microviolências ou violências invisíveis do cotidiano que sofremos quer com pessoas, quer com grupos e na convivência intra institucional.
Escolas, universidades e institutos, ao mesmo tempo que são reconhecidos por serem centros de excelência de ensino e de pesquisa, também tendem ser ambientes carregados de situações perversas com pessoas e grupos que fazem verdadeiros plantões de assédio moral. Com uma vantagem adicional: são ainda mais sofisticados nos atos de violência invisível, cuidando-se ao máximo para causar dano ao colega sem deixar pista.

Texto completo de Raymundo de Lima, em:
http://www.urutagua.uem.br//02ray.htm