13.5.07

Censurado - Muito além do absurdo

Na mais recente recaída, a pretexto de proteger crianças e adolescentes (que é louvável) de conteúdos potencialmente impróprios difundidos por rádio e televisão, uma portaria do Ministério da Justiça lançou, um documento intitulado Manual de Classificação Indicativa.

Entre outras exigências, para obter sua classificação indicativa, o conteúdo dos programas deve ser visto e avaliado antes de ir ao ar. Serão funcionários do Ministério da Justiça, auxiliados por estagiários. O Manual de Classificação Indicativa tem um alto teor de dirigismo cultura. Um exemplo de sua fragilidade é oferecido pela seguinte passagem, que define "comportamentos repreensíveis e não desejáveis". Diz o manual: "São contextos/cenas/diálogos que exemplificam, valorizam ou estimulam comportamentos tais como irresponsabilidade, egoísmo, desonestidade, desrespeito para com os demais, manipulação, preconceito, ameaça, fuga de conflitos - sem que, ao mesmo tempo, haja uma clara mensagem de repúdio a essas práticas." A frase, em sua vaga e quase infinita abrangência, equivale a uma sentença de morte proferida contra doa e qualquer modalidade de trama.
Carlitos, o imortal vagabundo criado por Charles Chaplin, ou o atormentado Hamlet, de William Shakespeare, dificilmente sobreviveria a tal crivo.
(fonte: Época - abril/2007)

O que as ESCOLAS precisam aprender

Imagine que um cidadão tivesse dormido um século e acordasse agora.
O mundo seria uma grande surpresa para ele. Aviões. Celulares. Arranha-céus. Ao entrar numa casa, ele não conseguiria entender o que é uma televisão. Ou um computador. Poderia perder-se num shopping center. Mas, quando ele deparasse com uma escola, finalmente teria uma sensação de tranqüilidade. "Ah, isso eu conheço!", pensaria, ao ver um professor com um giz na mão à frente de vários alunos de cadernos abertos. É igualzinho à escola que eu freqüentei."

O método de ensino da escola hoje, é arcaico.
A escola se mantém fossilizada, num mundo que não pára de mudar. A escola como conhecemos hoje é fruto de uma sociedade forjada no século XVIII.

Essa escola, tão bem organizada ao longo de mais de dois séculos, já não responde às necessidades do mundo. A Revolução Industrial foi ultrapassada pela era da informação.

Há uma década, a força de trabalho era chamada de mão-de-obra. Na virada do século, essa expressão já tinha caído em desuso. Não é mais a mão, e sim a cabeça dos funcionários que interessa.
O ensino não pode mais ser um conjunto de conhecimentos que serve para a vida inteira. As pessoas vão precisar de algo diferente: habilidade de adquirir conhecimentos novos o tempo todo.
Vivemos afogados em informações. A escola ensina a degluti-las. Seguindo esses ensinamentos, vamos nos empanturrar de mensagens repetitivas, inócuas, contraditórias. Ela tem de ensinar a filtrá-las e encontrar o que interessa. Ensinar a escolher.

"A idéia é acabar com a divisão por disciplinas na formação do professor e criar cursos em grandes áreas do conhecimento". Já está se formando um consenso de que a educação terá de abrir mão do excesso de conteúdo das matérias lecionadas. Quando a lição não faz sentido para a vida do aluno, ele não a absorve. "Para adaptar o ensino ao mundo de hoje, precisamos de uma formação mais crítica e cultura, que envolva o cinema, o teatro e a vida urbana."

Quais seriam os princípios de um modelo de escola para o mundo de hoje globalizado, na era da informação?

Ítens apontados:

.Ter pensamento crítico
.Conectar idéias
.Saber aprender sozinho
.Conviver com pessoas diferentes
.Estabelecer metas e fazer escolhas
.Ter visão globalizada

(fonte: Época - abril/2007)

5.5.07

Você é um Asperger?

Os aspergers são autistas de "alto rendimento". Cultivam interesse obsessivo por um assunto e podem desenvolver habilidades fora do comum, como os savants (savantismo é a condição caracterizada pelo desenvolvimento de habilidades como a memória afiadíssima e a capacidade desenhar com perfeição; cerca de metade dos "savants" são autistas). Costumam ter dificuldade com os códigos sociais e metáforas, compreendendo tudo de maneira literal. Mas cada caso é um caso.
"Crianças com autismo clássico começam a falar mais tarde e algumas não desenvolvem a fala. As crianças com Aspergers começam a falar na idade esperada, mas sua linguagem pode não ser comunicativa. Elas possuem pouco ou nenhum déficit cognitivo, mas têm dificuldades sociais significativas."
Pessoas como os aspergers e os savants são obrigadas a conviver com uma difícil dualidade. Enquanto são brilhantes em uma determinada área do conhecimento, têm dificuldades em ações e tarefas que são naturais para qualquer ser humano. A dificuldade em interpretar emoções das outras pessoas e expressar as próprias, por exemplo, é algo comum dentro do espectro autista. "Quando faço uma ligação, tenho de fingir que sou outra pessoa. Assumir um 'papel' facilita muito a tarefa de ter que ser social", escreveu um asperger em um site de discussão. "Eu tive que aprender a interagir com as pessoas, como um ator aprende a interpretar uma peça de teatro", diz outro.
Outro traço que aparece com freqüência, embora não em todos os autistas, é o pensamento visual. "Eu penso sempre com imagens", diz um asperger. Habilidades com desenho aparecem com freqüência em crianças autistas, talvez como uma compensação pela dificuldade em se expressar verbalmente. Mas, mesmo com as limitações sociais e afetivas, muitos aspergers podem levar uma vida independente, o que não acontece com um autista clássico.
Um asperger diz que sentia falta de um contato físico carinhoso dos pais quando criança, mas ao mesmo tempo se apavorava com a idéia de ser tocada por outra pessoa. Os problemas sensoriais, como o incômodo com contato físico e a sensibilidade à luz e a ruídos são comuns entre os autistas. São questões que, mesmo nos asperges mais desenvolvidos socialmente, atrapalham a busca por uma vida "normal".
Mesmo entre os aspergers é difícil cultivar uma relação de amizade por causa dos comportamentos rígidos.
O lado negativo é que, quanto mais consciência sobre sua condição, maior o conhecimento sobre as limitações e o conseqüente sentimento de frustração.

Antes que você pense que há uma epidemia de autistas, é bom saber que esse aumento é, em grande parte, reflexo de uma mudança nos critérios de diagnóstico. Sempre houve um número muito maior de autistas do que os diagnosticados. Ampliou-se o conceito. Provavelmente muitos amigos nossos que consideramos meio esqueisitos, que têm difiiculdade de relacionamento e não gostam muito de sair de casa, hoje em dia caberiam no rótulo de Asperger.

(fonte: Galileu - maio/2007)

Aspergers famosos:
Albert Einstein
Isaac Newton

Mozart
Michelângelo
Bill Gates
Steven Spielberg
Stanley Kubrick (cineasta)
Syd Barret (vocalista do Pink Floyd)
Craig Nicholls (vocalista do The Vines)

Satoshi Tajiri (criador do Pokemón)